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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Eu não vi sua alma entrar.

Já me sentia dono, dono de mim e do  meu travesseiro
já nem me cortava o dia inteiro sangrava só um pouquinho
um pouco antes das seis fazia uma prece trinta noites ao mês,
 e não mais morria nas noites de lua, a dor crua virava poesia e eu
a cozinhava em banho maria e servia-me no jantar me entorpecia 
com um vinho barato e rasgava mais uma vez seu retrato que você
fez questão de deixar.

Já me sentia dono, dono do meu nariz eu era só um pouquinho infeliz
até você decidir voltar.
E voltou de pês descalços e com os olhos tão letais retornou de 
antigos montes que os ventos não uivam mais, retalhou minha pele
cinza profanou minha alma límpida nessas noites imorais.

Já me sentia dono, dono de minha doença abdiquei de todas as
crenças pra poder viver em paz, quem mandou você voltar com
todo o seu veneno trouxe coisas de um mundo pequeno mais deixou
outras pra traz, quem mandou você voltar? 
Entrou com seu cheiro malicia e beleza, mas lhe digo com tristeza...
Eu não vi sua alma entrar. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O TEMPO NUNCA ESTEVE TÃO PERDIDO.


O tempo nunca esteve tão perdido, 
o café esfriou o cigarro acabou e agora amigo?
a sala de não estar não tem ninguém pra conversar,
nada justifica um sorriso e agora amigo?

É, o tempo nunca esteve tão perdido,
o quarto não reconhece sua presença 
seus lençóis tem cheiro de doença a
doença da alma suas mãos tremem 
e nada mais lhe acalma e agora amigo?

Sim eu sei, o tempo nunca esteve tão perdido,
não fique debruçado na janela seu rosto ta tão
abatido, não deixe seu sangue escorrer todos 
vão perceber que você esta muito ferido, pois seu
maior temor é ver seu orgulho partido mas e agora amigo?

É verdade o tempo nunca esteve tão perdido,
a solidão de deixou sem arma e sem munição no 
campo do inimigo, acorde desse sonho irreal pare
de olhar para trás vai virar estatua de sal,
ela foi embora, partiu pra terra do nunca, do
nunca mais voltar e você não quer acreditar 
que tudo acabou e a lembrança é um castigo
e agora amigo?
Sim deixe as lagrimas caírem, pois o tempo
nunca esteve tão perdido. 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

imaginação

Hoje eu sou o verão ou o inverno gelado
ou uma folha no chão.
não! não me chame de louco talvez eu
seja apenas um pouco nas asas da imaginação.

Me deixe voar com o vento não me prive deste raro
momento que acalanta o meu coração.
Posso ser o romeu da julieta e isso seria normal
posso até reescrever o romance e quem sabe mudar o final,
sem tragedia nem tristesa mas acredito com certeza que shakespeare não
acharia legal.

Posso ser qualquer coisa uma beija flor que encanta uma cigarra que canta
ou a formiga , que so pensa em trabalhar, posso ser uma lembrança um
sorriso de esperança nos olhos de uma criança que ainda nem sabe falar.

Posso ver um novo dia nascendo com alegria de um povo
que não desistiu de lutar, posso ver a poesia vicejando a magia
basta só imaginar,
Podemos acreditar na vida e voltarmos a sonhar podemos
rebuscar a felicidade sem ter que pedir licença, devemos espalhar
o amor sem nunca esperar recompensa.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Respirar e escrever

Resultado de imagem para escrever gotico
Um cafe, um cigarro se consumindo sozinho no cinzeiro
a mão esquerda apoia grandes pensamentos e na mão direita
um lápis que serve de instrumento.

A poesia é musica pro poeta, notas são palavras que se perdem em
folhas amassadas pelo chão na poesia desafinada rejeitada pelo
critico e solitário poeta.

Uma vela acessa significando o rustico em doses de inspiração,
lembranças de um futuro, saudade do que não viveu a dor sua
eterna companheira o vento lhe traz sons aos ouvidos e gelo
no coração, tem uma oração aos lábios e fogo em suas mãos.

O incompreendido poeta, ninguém entende e ele nem faz questão
não busca reconhecimento nem mesmo satisfação, escreve por que respira
e necessita escrever, não tolera egos inflados nem poemas açucarados tornando
tudo vazio, esses vaidosos caçadores de elogios vão matando a poesia na pura
banalidade, e se afundam a cada dia no poço de suas vaidades.

A poesia é a alma, e mais linda escravidão é sermos humanos na mais bela
imperfeição, é a noite escura e fria é um raio de luar é a beira do abismo
é o gosto do absinto é uma perola no chão, é o agressivo inverno ou o calor que
vem do inferno que chamamos de verão, é se isolar do mundo é perder quem mais
amamos é a nossa maldição que carregamos conosco a implacável solidão.

terça-feira, 16 de junho de 2015

SAUDADE EM AGONIA

A saudade é um pássaro no ninho que aprendeu a voar
voou longe e sozinho mas não aprendeu a voltar.

A saudade é uma antiga canção que nos deixa um sorriso
amarelo e envenena o coração, nos faz prisioneiro do tempo
um tempo de recordação.

A saudade é o caminho da escola  o campinho a bicicleta e a bola,
é a pipa voando alto as crianças cantando atirei um pau no gato
é a menina de trança a mais linda da escola mas ela toda chola nunca
olha pra ninguém, conquistou o coração de todos os meninos mas
que coisa essa menina...conquistou o meu também.

A saudade é o triste olhar do idoso que finge um sorriso jocoso
pra não espantar ninguém, cada traço do seu rosto é uma historia pra
contar as lembranças do passado é o que lhe fazem respirar, tem formas
cores e cheiro nos acompanha o dia inteiro e a noite o travesseiro uma lagrima
a rolar.

A saudade é o passado tão presente e não reconhece seu tempo, e a dor que
vem com o vento e não pede pra ficar, é estar apaixonado mas desistir de
amar, é ver ressuscitar o sentimento que você já esqueceu, mas a pior das
saudades é a terrível saudade daquilo que não viveu.




NOSSO ESPANTO DE CADA DIA

A vida não é um palco e não tem script e muito menos permite ensaios
esteja preparado pro improviso pois as coisas não são como parecem 
ser ou como a gente queria que fosse. 
um professor de literatura causa poluição sonora ao escutar
funk em seu carro extremamente rebaixado ego em agonia,
meu vizinho bate na esposa ao som de imagine de John Lennon e
saiu pra rua e cuspiu, to pensando em me mudar,
um jovem de classe média alta é baleado ao tentar assaltar 
um posto de gasolina apos escutar
um Rep com letras agressivas que enfatizava as diferenças
sociais e raciais do Brasil, tudo desejar e nada entender.

Um religioso ortodoxo escraviza a sua família.
Um mendigo recita  Shakespeare.
Um jovem velho e um velho jovem.
Uma professora muda.
Um aluno surdo e uma sociedade cega.
Uma criança que faz criança, mãe aos 14.
e uma boneca abandonada mais cedo.
As coisas realmente não são como parecem ser.

Cuidado ao abrir as cortinas de mais um dia você 
não sabe o que pode encontrar, aqui nada faz sentido
e tudo parece estar de cabeça pra baixo, o céu esta
abaixo do nível do mar e chove para cima,
as nuvens racham sob nossos pés, e tem cheiro de 
sangue nas flores, cuidado você pode morrer asfixiado
ou queimado tentando achar satisfação em uma 
danceteria qualquer, ou ser assassinado por divergências
religiosas, morte em nome de deus a cada dia é um espanto
hoje estou vivo... amanhã talvez..

quinta-feira, 28 de maio de 2015

ALMA NA ESCURIDÃO

E em ti permaneço como água em regresso navegando
no insucesso desses córregos espirituais .
e foi sempre assim nessa saudade imortal na
dor caminhei sozinho e a rotina foi maldita amiga
que engolia o caminho e tudo era tão normal.

A renuncia foi meu maior pecado arrancou-me
do seu lado deixando o sangue no chão, sofri por
medo de te perder e então te perdendo sinto minha alma
morrendo pedida na escuridão.

Me sinto o meu próprio traidor e esse é meu
desgosto sem moedas de prata e nem beijo
no rosto neguei-me a mim mesmo me crucifiquei
a esmo sem chance de salvação.

domingo, 3 de maio de 2015

Hoje eu odeio

Hoje eu odeio, odeio aquela taboa velha daquela antiga parede, com tantas historias e lembranças entranhadas em suas rachaduras,
eu odeio esse vazio que vem com o outono e o passado que esta presente vem de carona com o vento, eu odeio esse frio que vem sempre acompanhado e carrega ao seu lado
tudo que esqueci ou pensei ter esquecido.

Eu odeio esse pão dormido aquecido no forno, eu odeio ter sono e deitar depois do almoço, 
eu odeio o outono é um desgosto é meu inferno odeio a eminencia do inverno as folhas secas no chão,
 eu odeio esse gelo no coração e a estação da recordação.

Hoje eu odeio, odeio o meu eu covarde escondido no cobertor com medo de sentir dor, odeio o filme na tv o futebol de domingo  odeio a pipoca e os idiotas sorrindo, odeio sentir frio com a alma em chamas odeio quando reclamam do meu silencio e roubam 
meu momento de ociosidade, odeio sentir saudade daquilo que não
vivi, odeio reviver sonhos que eu mesmo destruí, odeio a nostalgia de poemas que ainda não escrevi, e buscar sentimentos que eu nunca vou sentir.

Hoje eu odeio, odeio você no outono e o seu olhar insano e hoje eu te odeio tanto por tanto que eu te amo. 

domingo, 12 de abril de 2015

QUEM SOU EU



Quem sou eu sentado na terra coberto de cinzas,
de quem é os cacos que raspam minhas chagas?
Quem sou eu na beira da estrada pedindo esmola lambendo a
 calçada, quem sou eu?

Quem sou eu na casa da ansiedade, na rua do pecado
na praça da saudade, quem sou eu na purificação do templo
quem sou eu na remição do espirito quem sou eu que perece no tempo
apenas um pó que é levado no vento, quem sou eu?

Quem sou eu que se banha em sangue na esperança da juventude eterna
 quem sou eu que saí da caverna e caminhei pela lua, quem sou eu que
que cultuo o corpo tendo a alma escura, quem sou eu?

Quem sou eu que com um beijo no rosto me fiz maldição, num demostrar de
carinho escondi a traição, quem sou eu, sou o próprio espinho, sou os cravos na
mão sou a forca e o exílio, quem sou eu?

Quem sou eu que converso com um corvo em plena madrugada,
que faço um lápis minha noite e os sonhos palavras, quem sou eu
que tenho medo do medo e deixo que roubem a chave do meu sossego,
quem sou eu, troianos ou gregos e deus esta em tudo mas eu não percebo
quem sou eu?

Quem sou eu que busco o amor que cheiro uma flor mas faço a guerra,
quem sou eu, uma fera com medo da dor, quem sou eu que estou do
seu lado, um santo, um profano um sábio ou insano, quem sou eu  que
um dia fui barro e virei ser humano.



Amante da Lua

Não é a mão que me estendes que me conduz no escuro
 pois sou chumbo e gelo, sou o medo do vento, sou asa quebrada
sou o grito e o sussurro sou o  tudo e o nada.

Sou o tapete batido que  deixou de  voar sou um anjo caído 
que já não sabe chorar, sou prisioneiro do eu, eu sou a fé do
ateu que já não sabe orar.

Sou a ilusão do religioso sou lento sou preguiçoso e não 
consigo lutar, sou a vitima das circunstancias, um assassino 
da esperança sem ter o que lamentar.

Sou vagabundo de rua sou um amante da lua, e com 
ela irei me casar.

domingo, 4 de janeiro de 2015

AH, QUEM ME DERA

 AH, QUEM ME DERA                   

AH, quem me dera que a saudade fosse apenas saudade
aquela saudade digna dos poetas, ah quem me dera que 
essa mesma saudade fosse maior que a vaidade, a vaidade
do coitadinho de mim, nada mais que auto piedade e que minha dor
não fosse egoísta mas só saudade, ah quem me dera.

AH, quem me dera que a saudade fosse minha apenas minha, e eu 
a escondesse em um sorriso no olhar ah, quem me dera que eu não
saísse por aí exalando o o cheiro de tristeza no ar, assoviando aos ventos um canto de melancolia, gritando de cima dos telhados, isso não traz poesia, mas que o silencio gritasse mais alto que eu, ah, quem me dera.

ah, quem me dera que a saudade fosse como a pipa do menino voa alta no céu, mas só o observar é que traz o encanto, ah quem me dera desbanalizar  a saudade e esconde-la assim lapidada, pura e cristalina, ah, quem me dera tirar todo esse sentimento dengoso e amar a saudade de um jeito gostoso, meio amargo meio doce, ah, quem me dera todo o dia de manhã em nova maré  
tomar saudade com gostinho de café...
ah, quem me dera.